Bébé a bordo #11: o parto
Como já vos tinha contado aqui, Baby P. não estava com vontade de vir conhecer o Mundo e como tal teve ordem de despejo. A indução foi marcada para dia 16 de Maio e não sendo o cenário ideal, ao menos sempre deu para deixar tudo orientado na véspera e saber com o que podia contar. Passei a véspera com a M. em casa, numa espécie de "último dia de filha única" e foi o melhor que fizemos. Fomos às compras as duas, fizemos um bolo e pão e brincámos um bocadinho.
E dia 16 de Maio lá me apresentei eu no CMIN de manhã cedo para a indução. Feita a avaliação inicial, lá me explicaram o procedimento, alertando sempre para o fato de poder demorar até 2 dias ( tortura, só pode!) e de esse tempo não ser considerado trabalho de parto. Este timing apontado como normal deixava-me muito apreensiva, passar 2 dias entre uma cama a ser monitorizada e caminhadas num corredor não me parecia nada simpático, mas enfim. Era rezar que fosse rápido.
Primeira medicação dada às 10h da manhã, monitorização, pausas para caminhar e não ficar maluca, almoço, nova avaliação às 16h e tudo na mesma. Mais medicação, monitorização, caminhada e por aí adiante. Algumas contrações, não muito dolorosas, pelo final da tarde, mais uma maratona pelo corredor. Ainda consegui jantar e depois começou a festa! O problema da indução é que por não ser um processo natural, o corpo não progride naturalmente na intensidade, frequência e duração das contrações. Portanto passei de um patamar de dor de 2 para um 8 que me levou a ter vontade de trepar pelas paredes. Ainda fiz uns exercícios na bola de pilates - tenho umas fotos mesmo giras com um ar alucinado! - e mais uma caminhada e quando fomos a ver a dilatação estava finalmente a avançar. Quando não aguentei mais, epidural sff e lá fomos nós para a sala de partos.
Lá se preparou tudo - roupinha do bébé, kit de recolha das células estaminais - veio a anestesista e nisto já eu rebolava com contrações horrendas de 2 em 2 minutos. Socorrooooooooo! Lá levei a epidural mas não ficou no sítio certo, continuava a sentir o pico de dor na mesma e por isso, nova epidural, desta vez mais acima. A anestesista - uma simpatia! - estava muito aflita por não ter ficado bem à primeira e por eu continuar a sentir quase tudo. Felizmente, a segunda dose ficou 5 estrelas e eu passei do inferno ao céu em minutos. Abençoada epidural! E a partir daqui foi muito rápido! A dilatação lá se fez, Baby P. posicionou-se e foi só fazer força. Quando dei por ela tinha uma data de gente na sala a fazer claque hahahaha! Pude ver o bébé a sair e foi mágico! E mal nasceu foi logo para cima de mim, tão mas tão bom! Findos os procedimentos, lá se esvaziou a sala e ficámos só nós os três... no namoro! O bébé mamou logo como se tivesse nascido ensinado... o instinto é maravilhoso! Findo o recobro, seguimos para o internamento. As novas instalações do CMIN estão fantásticas após a remodelação e ampliação da antiga Maternidade Júlio Dinis. Para quem não sabe, o CMIN tem quartos duplos e privativos e eu ainda consegui ficar com um destes. Têm a vantagem de permitir que o acompanhante pernoite, o que é essencial e devia ser para toda a gente.
Baby P. com 3.295kg e 47.5cm
O engraçado é que segundo as ecografias, tudo apontava para um bébé pequenino e afinal saiu-me um badocha com refegos. Menos comprido que a irmã mas praticamente com o mesmo peso.
Para terminar só vos posso dizer que, tal como no parto da M., não tenho nada a apontar aos profissionais de saúde que se cruzaram conosco. Foram sempre explicando todos os procedimentos necessários, dispostos a esclarecer e ajudar. Acredito que seja como em todas as profissões - há bons e maus profissionais - mas efetivamente senti-me sempre bem acompanhada e bem entregue.