Dia da Mulher
Dia de todas nós, mas não serão todos os dias?
Numa altura em que tanto se discute sobre a distinção de género que é feita desde o berço, sobre as diferenças entre homens e mulheres no mundo do trabalho, sobre os números da violência doméstica, sobre a violência no parto, sobre a insegurança que nos acompanha diariamente quer seja através dos comentários que ouvimos na rua ou quando queremos viajar "sozinhas", custa a crer que vivemos num Mundo civilizado.
Para mim, este dia serve para refletirmos sobre o nosso papel no Mundo e como o podemos melhorar. Parece-me ridículo andarmos a discutir se o Macdonalds deve ou não ter Happy Meal para meninos e meninas, quando outras coisas mais importantes se impõem. De que serve a minha filha poder escolher um carro em vez de uma boneca se depois será sempre penalizada no mundo laboral por ser mulher e querer ter uma família para além de uma carreira? Ou poder votar e depois ouvir piropos nojentos porque saiu à rua de saia?
Quantas e quantas vezes não senti eu na pele a descriminação por ser mulher? Trabalhando numa área maioritariamente masculina, é complicado encontrarmos o nosso lugar e sermos respeitadas. Se somos brandas é porque somos mulheres, se somos duras e fazemos o mesmo papel que um homem, somos umas cabras e faz-nos falta um homem em casa.
Portanto, desculpem-me se não faço tenções de aproveitar este dia para fazer uma jantarada de amigas ou colocar um baton especial. Isso faço eu nos outros dias do ano, não preciso da desculpa. Mas sim, acho que nós mulheres temos tudo para sermos mais neste mundo. Basta querermos.
xoxo
cindy