Do campo
Penso muitas vezes que era (mais) feliz a viver no campo. Por vezes dou por mim cansada do bulício da cidade, do corre-corre, do tempo que se esgota e anseio por dias mais calmos e ao mesmo tempo mais preenchidos, não de afazeres mas de coisas que realmente importam.
Estas férias discutia isso mesmo com uns amigos nossos que moram no interior. É o conhecer (quase) toda a gente, ir a pé para o trabalho, ter as coisas boas que o campo produz mesmo à mão, ter a certeza de vaga nas creches e escolas, ter um ar mais puro... Mas nem tudo são rosas. O hospital está a 90km, numa urgência está tudo longe, há poucos transportes, faltam as lojas da moda e há menos emprego. E dizia-me o S " queres morar no campo? E depois aos 18 anos os filhos piram-se para a cidade e ficamos sozinhos". Pois, não deixa de ter razão.
Por agora, resta-me aproveitar estes 15 dias que passamos por lá, com a vontade de voltar mais vezes durante o ano. Mas acreditem que eu gosto mesmo de andar no meio da terra e que isso me faz feliz. Ainda mais quando vejo a Pinypon toda contente a sujar-se toda e a apanhar fruta e flores. Fica a faltar o contato com os animais do campo ( que não temos) mas mesmo assim entusiasmou-se toda a ver o rebanho a pastar. E a piada que ela achou ao anunciar das horas pelo sino da igreja?
E há lá coisa melhor que regressar a casa e trazer um pedacinho do campo conosco? Destas belas amoras que apanhámos já saiu uma deliciosa compota e nada melhor que um suminho de uva que me faz lembrar o que a minha avó fazia com recurso ao passe-vite. Ainda trouxe amêndoa para a minha granola e se sempre dermos lá um saltinho a meio de setembro é de trazer os marmelos e as nozes!
E vocês, trocavam a cidade pelo campo?
xoxo
cindy