Relato da passagem do ómicron cá em casa
Quem me segue pelo Instagram apercebeu-se que o Sr. Covid passou cá por casa em inícios de Fevereiro. Passámos 2 anos a fugir e fomos apanhados numa altura de infeções descontroladas nas escolas. Achei que o relato desta experiência tinha de ficar aqui registado, por isso aí vai a nossa odisseia Ómicron.
Posso-vos dizer que fiquei zangada. Zangada porque faltava uma semana para a Mariana levar a sua segunda dose e nós tinhamos acabado de tomar a dose de reforço há uns dias. Zangada porque recebi um sms a relembrar a vacinação dela no fim de semana seguinte. Zangada quando ouvi a Dra Graça Freitas a lamentar-se pela falta de adesão à vacinação infantil - hello, as crianças são o grupo com maior taxa de infeção e neste momento a maioria não será elegível para vacinação?!
Na última semana de janeiro gastei os 4 testes mensais gratuitos. Porque de repente foi um boom nas escolas e no trabalho. Andava a rondar e de repente foi tudo de rajada. Quis fazer teste no dia em que ia tomar a vacina para ter a certeza que estava negativa e lá levei o tão desejado reforço.
Passados uns dias e num teste após alguns casos positivos na turma da mais velha e depois de ela se queixar de frio quando a fomos buscar, lá apareceu o temido positivo. Lá foi o pai à farmácia abastecer de medicação, já a prever que íamos todos ficar omicronados. Poupo-vos à descrição detalhada das burocracias - ligar 4 vezes para saúde 24, tentar adivinhar a qual de nós correspondia o código das declarações de isolamento, chegar à conclusão que PCR ao 3º dia era miragem face ao entupimento dos laboratórios e portanto marcar apenas para o 7º dia e antigénio para o 3º, enviar declarações de isolamento para escolas e trabalho. UFA!!!
No teste do 3º dia tanto eu como o Pedro demos positivo, o pai só ao 7º dia. A Mariana teve um dia de febre e esteve bastante postrada, depois ficou fresca que nem uma alface e a dar-nos cabo do juízo porque estava farta de estar em casa, o Pedro apenas começou com febre no dia do positivo e foi fazendo temperatura acima dos 38 nos 2 dias seguintes. A febre ia cedendo bem ao Benuron e esteve sempre bem disposto. O pai apenas teve sintomas muito ligeiros... Já eu foi um fartote. Um sintoma por dia, nem sabe o bem que lhe fazia. O pior de tudo foi o cansaço... quando todos os outros sintomas se foram embora ou pelo menos diminuiram, ficou um cansaço em que parece que tinha de pedir licença para respirar ou mexer-me. Não vos consigo descrever a sensação, apenas que nunca me senti assim na vida... E se esta é a variante mais leve, nem imagino as outras. Nos primeiros dias ainda consegui estar em teletrabalho mas depois tive mesmo de ficar off. Muito descanso, sofá, cama e séries. Quem ficou todo contente foi o Yoda, com todos em casa novamente. Mas sabem que acho que até ele teve covid? Passou uns dias a espirrar imenso...
Uma consideração - 7 dias é claramente pouco tempo para quem tem sintomas. Mas os sintomas que permaneceram para além desse tempo não são considerados graves, nem impeditivos de regressar à vida normal. O que é certo é que o regresso ao trabalho me custou imenso, muito cansaço, qualquer esforço, até falar, me deixava exausta e ofegante.
Resumindo - não recomendo. Eu sei que agora já passou, aparentemente correu bem e acaba por ser um alívio no sentido de podermos regressar um pouco à normalidade. Estamos naquele momento em que já vemos a luz ao fundo do túnel e não deixa de ser agridoce termos sido apanhados na curva. Só espero que reforço e ómicron juntos sejam sinónimo de super imunidade nos próximos tempos!!!
Mas pensamento positivo - nada de cotonetes até ao cérebro nos próximos 6 meses. Oh yeah!!!
xoxo
Marta