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Praxes #2

Através dos comentários que fui recebendo ao post sobre as praxes, constatou-se aquilo que eu já esperava -  o tema Praxes é tudo mesno consensual.

 

Antes de mais, agradeço todos os que aqui quiseram deixar a sua opinião e que enriqueceram certamente este debate. Agradeço também a quem me foi dando o seu feedback através da página do blog no FB e por mensagem privada. E obrigada a quem me enviou relatos das suas experiências por e-mail por não se querer expôr e deitar mais achas na fogueira, tais as barbaridades que me foram relatadas.

 

Parece claro que para os defensores das tradições académicas o que hoje em dia se pratica não tem nada a ver com a dita Praxe original, nascida na Academia de Coimbra. Pois bem, aceito isso mas o fato é que eu entrei na faculdade em 1999 (credo, tanto tempo?!) e já na altura - 15 anos -se passava o que aqui relatei. Portanto não me digam que esta subversão do espírito académico é fruto desta geração mais nova de "meninos mimados". O problema já vem detrás. Quando e como não sei. Quando alguém se achou no direito de humilhar e vexar os mais novos como forma de boas-vindas. E sabem, conheço muito boa gente cujo maior receio ao entrar na Universidade era enfrentar as praxes. Por um lado, não queriam participar na "brincadeira" e por outro tinha receio de assim serem excluídos da vida académica. E este medo, este receio, são em tudo idênticos aos das vítimas de bullying. E se formos a ver, a praxe praticada nos nossos dias não é mais do que bulliyng aceite pela sociedade. E é também claro, que quem participa nestas "patetices" não pode ser uma pessoa bem formada.

 

Aceito que o objetivo original seja a integração dos novos alunos, servindo para isso os alunos mais velhos como mentores. Isso seria de louvar. Mas hoje em dia não é isso que na generalidade dos casos acontece. Entretanto houve um Prós e Contras sobre o tema e não se chegou a nenhuma conclusão. Dizem os ditos doutores que o relatado não é praxe, então gostava de saber porque é praticada como tal. Sem falar da total falta de respeito pelas opiniões dos vários intervenientes que foram apupados por uma cambada de universitários, que por sua vez se mostraram acérrimos defensores de um Dux que anda há 24 anos a tirar um curso. Não deixa de ser curioso que a hierarquia da Academia comece no elemento que anda há mais anos pela vida estudantil. Grande exemplo, hã? São essas pessoas que vão preparar os estudantes para a vida. Hã, hã, está-se mesmo a ver que os vão preparar mas é para passearem os livros. Mas já estou a ir por outros caminhos.

 

Acho notório que há necessidade de regulamentar a nível nacional a prática da Praxe e que os intervenientes têm de ser responsabilizados quando as coisas correm mal. Somos (supostamente) um país civilizado e como tal é necessário atuar para que os limites não sejam ultrapassados.

 

Sintam-se livres de comentar.

 

xoxo

cindy

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Praxes

Ponderei bastante antes de escrever sobre este post porque sei que é um tema sensível e que anda na boca do mundo neste momento, devido à tragédia do Meco. O que lá se terá passado só o único sobrevivente saberá e para já apenas se pode especular o que se terá passado. Não devemos partir do pressuposto que será culpado, se é que há culpados. Mas gostava de falar um pouco sobre a minha opinião acerca das praxes.

 

Estudei fora do Porto, na Universidade do Minho, pólo de Guimarães. Num ambiente de praxe académica promovida sobretudo pelos cursos de Engenharia, o curso de Arquitetura estava um pouco à parte ( não seremos sempre assim?) e praticava sobretudo um acolhimento aos novos alunos, mostrando o campus, promovendo jantares e convívios. Nada comparável às figuras que viamos os caloiros de Engenharia fazerem, sempre que havia folgas e horas livres. Isto durante o ano todo. Era vê-los a comer sem talheres e de mãos atrás nas costas, a rastejarem pelo chão enlameado, a cantarem músicas que fariam qualquer um corar, ao mesmo tempo que simulavam posições sexuais. Isto não tinha nem terá nunca piada a meu ver. Era sobretudo um jogo de poder, exercido pelos Cardeais que a belo prazer abusavam dos caloiros e ai de quem contestasse ou se metesse. E não sei se aqui no Porto existe algo comparável mas na Universidade do Minho existe uma coisa chamada Trupe da Morte, um grupo composto pelas mais elevadas hierarquias académicas que sai à noite de caras tapadas e ai do caloiro que lhes apareça à frente. Uma colega minha foi apanhada pela Trupe e sabe Deus o que lhe aconteceu, que até hoje ninguém sabe. Sei que ela ponderou apresentar queixa mas nunca o fez com medo das represálias. Sou só eu que acho isto um absurdo? Um grupo de mascarados que sai à rua e espera ficar impune de todas as maldades que resolver fazer? Estão à margem da lei? Parece que estamos perante a Máfia.

 

Entretanto e no meu 3º ano resolvi comprar o traje académico,  não querendo por isso fazer parte das praxes nem praxar ninguém, mas como uma forma de mostrar que podemos e devemos brincar e conviver, sem incutir medo, sem humilhar ninguém... Pois nesse mesmo ano, aquando o Julgamento do Caloiro, foi o descalabro quando resolveram rapar parcialmente o cabelo a uma caloira, obviamente sem a autorização dela. Caloira de Arquitetura, praxada por Engenharia. Porque as engenharias tinham poucas mulheres e geralmente eram as dos cursos vizinhos - Arquitetura e Geografia - que levavam com aquelas avantesmas em cima. Quer fossem caloiras ou não, nenhuma escapava do assédio masculino que parece que vinha inscrito no codigo genético de cada espécimen que entrava naquele curso. Passar no átrio principal sem acompanhamento masculino era sinónimo de piropos na categoria dos trolhas, ser perseguida por um qualquer que insistia que te ia acompanhar até casa (sim, está-se mesmo a ver), ia atrás de ti e e obrigava a dar uma grande volta só para não descobrir onde moravas. Mas falava eu do Julgamento do caloiro, que acabou com uma data de cardeais de Arquitetura à batatada com Cardeais de Engenharia. Acabou-se aí qualquer relacionamento meu com praxes e recepções aos caloiros. Só voltei a trajar na minha imposição de insígnias.

 

Acho o cúmulo ouvir "as praxes preparam-nos para a vida" ou "vivo para praxar" ou ainda " as praxes servem para incutir espírito académico nos recém chegados". Lamento, jamais aceitarei que essas boas vindas e preparação para a vida incluam humilhações públicas, simulações de sexo e comportamentos que nem os animais têm. Para mim, praxe é equivalente a abuso do poder e humilhação e espanta-me ouvir a devoçao que muitos nutrem por estas práticas. E agora vem a lume todo um mundo "secreto" com códigos, dcumentos assinados a isentar de responsabilidades, provas de pressão e testes de lealdade. Digam lá se não é coisa de seita?

 

xoxo

cindy

 

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